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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Contra a pedofilia, em defesa da inocência - Blogagem coletiva

Eu ando sem tempo algum, mas não poderia deixar de divulgar aqui a blogagem coletiva que está acontecendo hoje com o tema "Contra a pedofilia, em defesa da inocência". Vários blogueiros estão participando e vale passar por eles e deixar um comentário a respeito desse problema real, mas tão ignorado. E, no caso brasileiro, tragédia que ainda ganha contornos de normalidade, afinal as "rolinhas" ainda existem para satisfazer os caprichos sexuais dos coronéis nordestinos e turistas ávidos por "diversão". Isso pode? Não, mas acontece. E nunca é suficiente lembrar que a maior incidência de pedofilia/abuso infantil acontece no seio familiar, através de irmãos, tios, primos, pais, padrastos.

Clique na imagem e descubra, no blog da Luma, outros blogueiros envolvidos nesse tema. Participe! Visite-os e deixe o seu comentário!

domingo, fevereiro 10, 2008

Desabafo de uma diretora -professora na volta às aulas...

(Salvador Dali)

O texto abaixo é uma obra de ficção. Cômico, trágico e, em alguns momentos, exagerado. Foi escrito como piada. Mas toda brincadeira tem seu fundo de verdade... Ah, e antes que eu me esqueça, não sou a autora. Mas poderia ter sido.

Caros Pais,

Quero dizer que não gostaria de iniciar tão cedo as aulas. Mas ficaria muito feliz de ganhar como prêmio três meses em mensalidades escolares para arrumar a escola para a chegada dos pestinhas. Ainda que eles acabem destruindo cadeiras, mesas e sujando todas as paredes em bem menos tempo que isso. Vocês entendem, afinal, não adianta arrumar porque ninguém mais dá educação para os filhos e nós é que pagamos o alto preço por isso.

Trato a todos muito bem, porque preciso, mas se pudesse mandaria todos vocês, sem exceção, tomar o seu destino e nunca mais pensar que eu teria de cuidar desses primores de falta de educação doméstica. Acredite, não estudei para receber socos, pontapés, mordidas e ouvir gritos a todo instante. Ou entrar na sala de aula todas as manhãs e sentir-me nauseada pela falta de banho, escovação de dentes ou sujeira dos uniformes dos alunos.

É com muito sacrifício, só o Pai Todo-poderoso sabe, que tenho de fingir que não há problemas, que eles irão avançar em seus estudos. Que nada! Um bando de perdidos e desatinados, arrogantes e chatos. Com certeza culpados pela fibromialgia recém-diagnosticada, mas que me acompanha há anos. E pela minha imensa vontade de fugir desse mundo e nunca mais voltar.

Não são apenas os alunos que desejam faltar aulas. Nós também queremos muito. E, se pudéssemos, estaríamos nos consultórios diariamente solicitando atestados pelo amor de Deus.

Os professores, não se enganem - da mesma forma que os seus filhos para vocês - dizem uns para os outros: "Que alunos chatos, perseguidores, implicantes, repetitivos, etecetera, etecetera, etecetera".

Acreditem, nós, professores, é que não aguentamos mais ir à escola. E se o fazemos ainda é por algum motivo inexplicado, talvez a famigerada vocação. Antes fôssemos seminaristas e noviças. Deus, com certeza, reconhece os sacrifícios feitos a Ele e por Ele.

Porém, apesar de tudo, quero aproveitar para dizer "Sejam bem-vindos!". Mas já vou avisando, não nos provoquem muito, tratem-nos bem. Caso contrário, quem irá evadir-se sem chance de repetência seremos nós, os professores.

Um bom ano letivo e que Deus tenha piedade de nós!

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Blogagem coletiva - Pela valorização da mulher

Blogagem que, com certeza, dará muito pano para as mangas. O convite, feito pela Meiroca , é estendido a todos os blogueiros e comentaristas! Não podemos deixar de participar. Clique na imagem para se informar melhor.

sábado, fevereiro 02, 2008

Verdade ou ficção?

(Kurt Halsey)

Jorge Alberto era um rapaz trabalhador. Sempre o fora. E sensível. Diria até que os méritos alcançados em seu ofício dependiam quase que exclusivamente disso. Talvez por isto fosse conhecido por atirar-se em cada relacionamento como se respirar ou acordar no dia seguinte dependessem disso. Razão pela qual ficara tão desnorteado após a ruptura inesperada de sua última relação. Seu grande amor daquele momento resolvera ir tentar a sorte em águas estrangeiras.E com o Atlântico a separá-los ficava de fato complicado manter o romance. Decidiram romper de comum acordo.

Quer dizer, Jorge Alberto ficou com a sensação que decidiram por ele. No fundo, bem lá no fundo, naquele pedacinho escondido das entranhas que nos faz ter vontade de jogar tudo para o alto e sair correndo embaixo da chuva a gritar como gatos no cio, sua vontade era outra. Mas aprendera com o tempo, e com os vários relacionamentos anteriores que a palavra do outro tinha mais força que a sua.

Era sensível até demais, alguém diria. Tanto que optara por sufocar mais uma vez aquele eu rebelde que teimava em não deixá-lo dormir à noite. E porque entregar-se às mãos reparadoras de Morpheu era a única coisa que parecia impossível após a separação definitiva, fora atraído irremediavelmente para as noitadas regadas a campari e flertes baratos.

O negócio recém-estabelecido, montado na frente da casa onde vivia, começava a sofrer as conseqüências das noites em claro. Era fácil agora encontrar espaço na agenda lotada há poucas semanas atrás. Sua gerente-sócia-confidente sugerira que tirasse uns dias de folga. Ir ao cinema, ver o pôr-do-sol, quem sabe dar uma olhada naquele exposição maravilhosa daquele pintor recém-descoberto. Melhor ainda, comprar um carro novinho em folha, cheio de acessórios modernos, como queria há tanto tempo. Gastar sem dó nem piedade, acalentar-se. Talvez assim o coração resolvesse que era hora de partir para outra.

Mas nada resolvia. Achava até que as férias compulsórias pioraram a situação. Agora tinha mais tempo livre para chorar e revirar álbuns de fotografias dos momentos a dois. E as noitadas transformaram-se em raves intermináveis.

Até que uma madrugada, voltando para casa sabe-se lá quantos camparis depois, volante e mãos confundiram-se ao fazerem a última curva do caminho. Os pés não sabiam a diferença entre frear e acelerar e acabou por atropelar vários piquetes de ferro na calçada em frente ao hospital do exército localizado na mesma rua em que morava. Sabia que o estrago tinha sido grande pelo barulho do motor ao parar de vez. E pela fumaça que se insinuava entre os destroços do carro zero quilômetro comprado há menos de uma semana e ainda sem seguro.

Abriu a porta já em desespero quando percebeu que vários soldados o cercavam, todos munidos de fuzis e com caras de poucos amigos. A rua deserta, salvo pelos olhares curiosos e sonolentos de alguns vizinhos. Foi quando não se controlou mais. O fogo interno, aquele que mantinha aprisionado sob camadas e camadas de bom comportamento e sensibilidade, entrou em ebulição repentinamente. E Jorge Alberto explodiu. Rasgou a camisa em gesto dramático e de braços abertos e mãos espalmadas gritou valorosamente:

- MATA! MATA A BICHA! ACABA COM ELA! ACABA COM TUDO! NADA MAIS ME IMPORTA!

Dizem por aí que depois dessa Jorge Alberto se curou de vez. E que anda de namorado novo. Acho que um sargento do exército. Mas pode ser boato.